O Catálogo Messier 2 – A Nebulosa do Caranguejo

O Catálogo Messier II (continuação)

Paulo Araújo Duarte. Professor de Astronomia do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina. –  pduarte45@hotmail.com

A Nebulosa do Caranguejo


A Posição da Nebulosa do Caranguejo no Céu

Visão do quadrante norte às 21 horas do dia 15 de março aproximadamente a 27°30′ de latitude sul e 48°30′ de longitude oeste.

A Nebulosa do Caranguejo pode ser encontrada na constelação de Touro nas seguintes coordenadas: Ascensão Reta (5h 34,5min) e Declinação (+ 22° 01′ ). Sua magnitude aparente é 8,4 (não é visível a olho nu). Trata-se de uma nebulosa remanescente da explosão de uma Supernova que teve seu registro feito por astrônomos chineses em julho de 1054. O brilho da estrela explosiva foi tão intenso que pode ser vista durante o dia por um período de 23 dias. Esta nebulosa também já teria sido registrada por John Bevis em 1731. Em 28 de agosto de 1758, Charles Joseph Messier viu esta nebulosa e pensou tratar-se de um cometa. Ao perceber que não houve movimentação com o passar dos dias, Messier registrou este objeto em 12 de setembro de 1758, o que lhe permitiu iniciar o seu famoso catálogo. O material ejetado pela estrela explosiva espalhou-se no espaço cósmico por mais ou menos 10 anos-luz de diâmetro, e ainda se expande a uma velocidade de cerca de 1800 quilômetros por segundo. Em 1968, foi descoberto, no interior desta nebulosa, um Pulsar (uma fonte de rádio) cuja magnitude aparente é 16, e que pode ser identificado na imagem 1 como o ponto da direita no par que aparece perto do centro da nebulosa. Esta fonte de rádio, que também pode ser chamada de Estrela de Nêutrons, gira rapidamente em torno de seu eixo a uma velocidade de 30 vezes por segundo, diminuindo gradativamente esta velocidade em razão da interação magnética com a nebulosa.