Palestra “O Céu de Florianópolis na Primavera” na próxima sexta dia 02/09
Palestra de Astronomia na UFSC
Título: O Céu de Florianópolis na Primavera
Palestrante: Adolfo Stotz Neto
Data: 02 de setembro 2022
Hora: 20h
Local: Prédio do CFH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas), sala 309 – Bloco B
Informações:
➡ https://geaufsc.paginas.ufsc.br/
➡ gea.cfh@contato.ufsc.br
➡ (48)999323650 (Tânia)
As palestras que são realizadas pelo GEA acontecerão, por enquanto, no prédio do CFH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas) que fica localizado próximo ao Planetário: Sala 309, do Bloco B. As palestras são abertas ao público em geral, gratuitas e ocorrem sempre às sextas-feiras às 20h. São promovidas pelas equipes do Grupo de Estudos de Astronomia e do Planetário da UFSC. Não é necessário inscrição prévia. A garantia de vaga ocorre por ordem de chegada.
Qualquer alteração no local ou nas palestras serão divulgadas nos seguintes sites:
https://geaufsc.paginas.ufsc.br/
https://www.facebook.com/groups/303821636357910
O calendário de palestras referente ao segundo semestre já estão disponíveis em:
https://geaufsc.paginas.ufsc.br/2021/03/10/palestras/?preview=true
Compareça! Traga sua família e seus amigos!
Eventos on-line
Criado em 2004, o Programa AEB Escola tem como objetivo a divulgação do Programa Espacial Brasileiro nas escolas de Educação Básica e nas instituições de Ensino Técnico e Superior. O programa visa estimular o interesse dos estudantes em ciência e tecnologia, como forma de incentivo vocacional àqueles que desejam se tornar os futuros pesquisadores e profissionais da área espacial no Brasil. Clique na imagem para obter mais informações.
Workshop de Pequenos Satélites Educacionais
Lives todas as terças-feiras, às 20h00. Tire todas as suas dúvidas sobre o Universo e fique por dentro das últimas notícias sobre Astronomia e Astronáutica. Clique na imagem para mais informações.
O GEDAL – Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina
Juno oferece a primeira visão 3D da atmosfera de Júpiter
A aparência das faixas de Júpiter é criada pela “camada climática” que forma as nuvens. Esta imagem composta mostra as aparências de Júpiter (da esquerda para a direita) em infravermelho e luz visível obtidas pelo telescópio Gemini North e pelo telescópio espacial Hubble da NASA, respectivamente. Créditos: Gemini International Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/NASA/ESA, M.H. Wong e I. de Pater (UC Berkeley) et al.
Novas descobertas da sonda Juno da NASA orbitando Júpiter fornecem uma imagem mais completa de como as características atmosféricas distintas e coloridas do planeta oferecem pistas sobre os processos invisíveis abaixo de suas nuvens. Os resultados destacam o funcionamento interno dos cinturões e manchas de nuvens que circundam Júpiter, bem como seus ciclones polares e até mesmo a Grande Mancha Vermelha.
Os pesquisadores publicaram vários artigos sobre as descobertas atmosféricas de Juno na revista Science e no Journal of Geophysical Research: Planets. Há também outros artigos em duas edições recentes da Geophysical Research Letters.
“Essas novas observações de Juno abrem um baú de tesouro para novas informações sobre as enigmáticas características observáveis de Júpiter”, disse Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciências Planetárias da NASA em Washington. “Cada artigo lança luz sobre diferentes aspectos dos processos atmosféricos do planeta, um exemplo maravilhoso de como nossas equipes científicas diversificadas internacionalmente reforçam a compreensão do nosso sistema solar.”
Juno entrou na órbita de Júpiter em 2016. Durante cada uma das 37 passagens da sonda espacial1 pelo planeta até o momento, um conjunto de instrumentos especializados estudou abaixo de sua turbulenta cobertura de nuvens.
“Anteriormente, Juno nos surpreendeu com indícios de que os fenômenos na atmosfera de Júpiter eram mais profundos do que o esperado”, disse Scott Bolton, principal investigador de Juno no Southwest Research Institute em San Antonio e principal autor do artigo do Journal Science sobre a profundidade dos vórtices de Júpiter. “Agora, estamos começando a unir todas essas peças individuais e obtendo nossa primeira compreensão real em 3D de como funciona a bela e violenta atmosfera de Júpiter.”
O radiômetro de microondas de Juno (MWR da sigla inglesa para microwave radiometer) permite que os cientistas da missão olhem por baixo das nuvens de Júpiter e investiguem a estrutura de suas numerosas tempestades. A mais famosa dessas tempestades é o icônico anticiclone conhecido como Grande Mancha Vermelha. Maior do que a Terra, esse vórtice de vermelho intenso intrigou os cientistas desde sua descoberta, há quase dois séculos.
Os novos resultados mostram que os ciclones são mais quentes na parte superior, com densidades atmosféricas mais baixas, enquanto são mais frios na parte inferior, com densidades mais altas. Os anticiclones, que giram na direção oposta, são mais frios na parte superior, porém mais quentes na parte inferior.
Esta ilustração combina uma imagem do instrumento JunoCam, a bordo da nave espacial Juno da NASA, com uma imagem composta da Terra, para representar o tamanho e a profundidade da Grande Mancha Vermelha de Júpiter. Créditos: JunoCam; Dados de imagem: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS; Processamento de imagem JunoCam: Kevin M. Gill (CC BY); Imagem da Terra: NASA
As descobertas também indicam que essas tempestades são muito maiores do que o esperado, algumas se estendendo 100 quilômetros abaixo das nuvens e outras, incluindo a Grande Mancha Vermelha, se estendendo por mais de 350 quilômetros. Esta surpreendente descoberta mostra que os vórtices cobrem regiões além daquelas onde a água se condensa e as nuvens se formam, abaixo da profundidade onde a luz solar aquece a atmosfera.
A altura e o tamanho da Grande Mancha Vermelha indicam que a concentração de massa atmosférica dentro da tempestade pode ser detectada por instrumentos que estudam o campo gravitacional de Júpiter. Em dois sobrevoos aproximados de Juno sobre o local mais famoso de Júpiter forneceram uma oportunidade para pesquisar a gravidade da tempestade e complementar os resultados do MWR sobre sua profundidade.
Com Juno viajando baixo sobre a plataforma de nuvens de Júpiter a cerca de 209.000 quilômetros por hora, os cientistas puderam medir mudanças de velocidade tão pequenas quanto 0,01 milímetros por segundo, usando uma antena de rastreamento da Deep Space Network da NASA, que esta a mais de 650 milhões quilômetros de distância. Isso permitiu que a equipe delimitasse a profundidade da Grande Mancha Vermelha a cerca de 500 quilômetros abaixo do topo das nuvens.
“A precisão necessária para obter a gravidade da Grande Mancha Vermelha durante o sobrevoo em julho de 2019 é surpreendente”, disse Marzia Parisi, cientista Juno do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL) no sul da Califórnia e autora principal de um artigo no Journal Science sobre os voos gravitacionais da Grande Mancha Vermelha. “Ser capaz de complementar as descobertas do MWR em profundidade nos dá grande confiança de que os futuros experimentos da gravidade em Júpiter produzirão resultados igualmente intrigantes.”
Cinturões e zonas.
Além de ciclones e anticiclones, Júpiter é conhecido por seus cinturões e zonas distintas: as faixas de nuvens brancas e avermelhadas que envolvem o planeta. Fortes ventos leste-oeste movendo-se em direções opostas separam as faixas. Juno descobriu que esses ventos, ou correntes de jato, atingem profundidades de aproximadamente 3.200 quilômetros. Os pesquisadores ainda estão tentando resolver o mistério de como estas correntes se formam. Os dados coletados pelo MWR de Juno durante vários voos revelam uma possível pista: o gás amônia na atmosfera viaja para cima e para baixo em notável alinhamento com as correntes de jatos observadas.
“Seguindo a amônia, encontramos células circulantes nos hemisférios norte e sul que são de natureza similar às ‘células de Ferrel’, que controlam grande parte do nosso clima aqui na Terra”, disse Keren Duer, um estudante pós-graduado do Instituto de Ciências Weizmann em Israel e principal autor do artigo do Journal Science sobre células similares as Ferrel em Júpiter. “Enquanto a Terra tem uma célula Ferrel por hemisfério, Júpiter tem oito, cada uma pelo menos 30 vezes maior.”
Os dados MWR de Juno também mostram que os cinturões e zonas fazem uma transição a cerca de 65 quilômetros abaixo das nuvens de água de Júpiter. Em pouca profundidade, os cinturões de Júpiter são mais brilhantes na luz de micro-ondas do que as áreas vizinhas. Mas em níveis mais profundos, abaixo das nuvens de água, ocorre o oposto, revelando uma semelhança com nossos oceanos.
“Chamamos esse nível de “Jovicline” em analogia a uma camada de transição vista nos oceanos da Terra, conhecida como termoclina, onde a água do mar passa abruptamente de relativamente quente para relativamente fria”, disse Leigh Fletcher, um cientista participante do Juno da Universidade de Leicester no Reino Unido e principal autor do artigo do Journal of Geophysical Research: Planets que destaca as observações de micro-ondas de Juno dos cinturões e zonas temperadas de Júpiter.
Ciclones polares.
Juno havia descoberto formações poligonais de tempestades ciclônicas gigantes em ambos os polos de Júpiter: oito dispostos em um padrão octogonal no norte e cinco dispostos em um padrão pentagonal no sul. Agora, cinco anos depois, cientistas da missão usando as observações do Jovian Infrared Auroral Mapper (JIRAM) da nave espacial, determinaram que esses fenômenos atmosféricos são extremamente resistentes e permanecem no mesmo local.
“Os ciclones de Júpiter afetam o movimento uns dos outros, fazendo-os oscilar em torno de uma posição de equilíbrio”, disse Alessandro Mura, co-investigador de Juno no Instituto Nacional de Astrofísica de Roma e autor de um artigo recente na Geophysical Research Letters sobre as oscilações e estabilidades nos ciclones polares de Júpiter. “O comportamento dessas oscilações lentas sugere que elas têm raízes profundas.”
Os dados do JIRAM também indicam que, como os furacões na Terra, esses ciclones querem se mover em direção aos polos, mas os ciclones localizados no centro de cada polo os empurram para trás. Este equilíbrio explica onde residem os ciclones e os diferentes números em cada polo.
Mais sobre a missão.
JPL, uma divisão da Caltech em Pasadena, Califórnia, gerencia a missão Juno. Juno faz parte do programa New Frontiers da NASA, que é gerenciado no Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, Alabama, para a agência Science Mission Directorate em Washington. A Lockheed Martin Space em Denver construiu e opera a sonda espacial.
Você pode obter mais informações (em inglês) sobre Juno aqui:
Versão para o espanhol traduzido por CEV-MDSCC
Versão para o português traduzido por Max Bilck
Fonte: https://ciencia.nasa.gov/juno-ofrece-la-primera-vista-en-3d-de-la-atmosfera-de-jupiter
Publicado em 29 de outubro de 2021
1 Para ajudar e enriquecer a leitura, alguns links (em inglês) foram acrescentados ao texto original.
Artigos – Novas descobertas
Trata-se de uma estrela que sobreviveu a uma supernova e, depois de uma explosão nuclear, foi lançada à nossa galáxia com uma velocidade de 900.000 km/h — atipicamente rápida para uma estrela com baixa massa como esta.
A misteriosa estrela que “sobreviveu” a supernova e foi descoberta por cientistas brasileiros
Utilizando o Very large Telescope do ESO, uma equipe de astrônomos descobriu uma nuvem de gás, com várias vezes a massa da Terra, a aproximar-se rapidamente do buraco negro situado no centro da Via Láctea.
O jantar de um buraco negro aproxima-se a grande velocidade
Que a força esteja com você: Planetas Circumbinários
Imagem A – O planeta TOI 1338 b foi descoberto usando o Transiting Exoplanet Survey Satellite ou TESS. Crédito da imagem: NASA Goddard Space Flight Cente.
Quando o primeiro filme de Star Wars foi lançado em 1977, ele mostrava o agora icônico planeta “circumbinário Tatooine” e seus dois sóis. Na época, os astrônomos não sabiam se esses sistemas solares realmente existiam. Na verdade, o primeiro planeta extrassolar1 não foi detectado até o início de 1990. Além disso, o primeiro planeta circumbinário não foi detectado até 2005: era um planeta do tamanho de Júpiter orbitando um sistema composto por uma estrela semelhante ao nosso Sol e uma anã marrom.
O Transiting Exoplanets Survey Satellite (TESS) da NASA é uma missão de exploração de todo o céu que irá descobrir milhares de exoplanetas em torno de estrelas brilhantes próximas. O TESS foi lançado em 18 de abril de 2018 a bordo do foguete SpaceX Falcon 9. Crédito da imagem: NAS
Décadas mais tarde, os pesquisadores que trabalharam com o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) descobriram o primeiro planeta circumbinário da missão: um mundo orbitando duas estrelas como mostrado na imagem de janeiro de 2020 (imagem A). Este planeta chamado de TOI 1338 b é cerca de 6,9 vezes maior que a Terra ou esta entre o tamanho de Netuno e Saturno. Ele está localizado em um sistema a 1.300 anos-luz de distância, na constelação do pintor (Pictor).
As estrelas deste sistema formam um binário eclipsante, que ocorre quando companheiros estelares circulam entre si em nosso plano de visão. Uma é cerca de 10% maior que o nosso Sol, enquanto a outra é mais fria, menos brilhante e tem apenas um terço da massa do Sol.
Os trânsitos de TOI 1338 b são irregulares, de 93 a 95 dia e variam em profundidade e duração devido ao movimento orbital das duas estrelas. O TESS vê apenas os trânsitos que cruzam a estrela maior, os trânsitos da estrela pequena são muito fracos para serem detectados. Sua órbita permanecerá estável pelos próximos 10 milhões de anos. No entanto, o ângulo da órbita em nossa direção muda o suficiente para que o trânsito da estrela cesse em novembro de 2023 e recomeça oito anos depois.
1 Exoplaneta ou planeta estrasolar, é o nome que se dá a qualquer planeta que esteja em órbita de outra estrela que não o Sol (grifo nosso).
Por Yvette Smith
Fonte: https://ciencia.nasa.gov/que-la-fuerza-te-acompane Publicado: 04 de maio de 2021
Tradução: Max Bilck
versão em inglês: https://www.nasa.gov/image-feature/discovering-circumbinary-star-systems
MATERIAL COMPLEMENTAR:
As estrelas no sistema TOI 1338 formam um binário eclipsante – elas circulam umas às outras em nosso plano de visão. Se você pudesse pairar perto do planeta TOI 1338 b, como mostrado nesta animação, você veria um eclipse a cada 15 dias. Crédito: Goddard Space Flight Center da NASA / Chris Smith (USRA)
Localizção de TOI 1338 na Constelação do Pintor (Pictor)
Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/TOI_1338>. Acesso em: 16 out. 2021
O que são buracos negros?
Esta simulação de um buraco negro supermassivo mostra como ele distorce a região estrelada e captura a luz, criando a silhueta do buraco negro. Crédito: simulação da NASA Goddard Space Flight Center; Imagem: ESA/Gaia/DPAC
Um buraco negro é um objeto astronômico com uma força gravitacional tão forte que nada, nem mesmo a luz, pode escapar dele. A “superfície” de um buraco negro, chamada de horizonte de eventos, define o limite em que a velocidade necessária para escapá-lo excede a velocidade da luz, que é o limite de velocidade no cosmos. Matéria e radiação ficam presas e não conseguem sair.
Duas classes principais de buracos negros foram estudadas extensivamente. Buracos negros de massa estelar com três a dezenas de vezes a massa do Sol, estão espalhados por toda a nossa galáxia, a Via Láctea, enquanto monstros supermassivos pesando de 100.000 a bilhões de massas solares são encontrados nos centros da maioria das grandes galáxias, incluindo a nossa.
Durante muito tempo os teorizam sobre a existência de uma terceira classe chamada buracos negros de massa intermediária, pesando entre 100 e mais de 10.000 massas solares. Embora alguns candidatos tenham sido identificados por evidências indiretas, o exemplo mais concreto até o momento foi observado em 21 de maio de 2019, quando o Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro de Laser (LIGO por sua sigla em inglês) da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos, localizado em Livingston na Louisiana e Hanford em Washington, detectou ondas gravitacionais de uma fusão entre dois buracos negros de massa estelar. Este evento, denominado GW190521, criou um buraco negro que pesava 142 sóis.
Um buraco negro de massa estelar se forma quando uma estrela de mais de 20 massas solares esgota o combustível em seu núcleo e colapsa com seu próprio peso. O colapso desencadeia uma explosão de supernova que ejeta as camadas externas da estrela. Mas se o núcleo esmagado contiver mais de três vezes a massa do Sol, nenhuma força será capaz de impedir seu colapso em um buraco negro. Pouco se sabe sobre a origem dos buracos negros supermassivos, mas sabe-se que eles existem desde os primeiros dias da vida de uma galáxia.
Uma vez formados, os buracos negros crescem a partir da quantidade de matéria que eles adquirem, incluindo gás de estrelas vizinhas e até mesmo de outros buracos negros.
Em 2019, astrônomos capturaram a primeira imagem de um buraco negro usando o Event Horizon Telescope (EHT), em uma colaboração internacional que conectou oito radiotelescópios terrestres sob uma única antena do tamanho da Terra. Na imagem, ele aparece como um círculo escuro delimitado por um disco orbital de matéria quente e brilhante. O buraco negro supermassivo está localizado no coração de uma galáxia chamada M87, a cerca de 55 milhões de anos-luz de distância e pesa mais de 6 bilhões de massas solares. Seu horizonte de eventos se estende tanto que poderia abranger grande parte de nosso sistema solar além dos planetas.
A primeira imagem de um buraco negro foi criada usando observações do centro da galáxia M87 capturadas pelo Event Horizon Telescope. A imagem mostra um anel brilhante formado à medida que a luz é curvada pela intensa gravidade exercida pelo buraco negro de 6,5 bilhões de vezes a massa do Sol. Créditos: Event Horizon Telescope Collaboration.
Outro marco importante no estudo dos buracos negros ocorreu em 2015, quando os cientistas detectaram pela primeira vez as ondas gravitacionais, as mesmas ondas na estrutura do espaço-tempo que Albert Einstein havia previsto um século antes em sua teoria geral da relatividade. O LIGO detectou as ondulações de um evento que ocorreu 1,3 bilhão de anos atrás, conhecido como GW150914, no qual dois buracos negros giravam em torno um do outro, em uma espiral, à medida que se fundiam. Desde então e através do estudo das ondas gravitacionais, o LIGO e outras instalações observaram inúmeras fusões de buracos negros.
No entanto, essas são técnicas novas e interessantes: os astrônomos têm estudado os buracos negros por décadas por meio dos vários espectros de luz que eles emitem. Embora a luz não possa escapar do horizonte de eventos de um buraco negro, as enormes ondas gravitacionais em sua vizinhança fazem com que a matéria próxima aqueça milhões de graus e emita ondas de rádio Y e raios X. Parte da matéria que orbita mais perto do horizonte de eventos pode ser liberada, formando jatos de partículas que se movem próximo à velocidade da luz, emitindo ondas de rádio, raios X e raios gama. Os jatos de matéria de buracos negros supermassivos podem se estender por centenas de milhares de anos-luz.
Dados de rádio da instalação da National Science Foundation’s Very Large Array foram usados para criar esta imagem de Cygnus A, a fonte de rádio mais brilhante do céu localizada fora de nossa galáxia. Os longos e finos jatos de partículas produzidos por um buraco negro supermassivo no centro dessa galáxia se ligam a vastos “lóbulos de rádio”, regiões onde elétrons aprisionados por campos magnéticos emitem ondas de rádio. A estrutura se estende por meio milhão de anos-luz em toda sua extensão. Créditos: NRAO/AUI
Fonte: https://ciencia.nasa.gov/que-son-los-agujeros-negros
Publicado em: 24 de novembro de 2020
Tradução: Max Bilck
MATERIAIS COMPLEMENTARES:
Galerias de buracos negros: https://svs.gsfc.nasa.gov/Gallery/BlackHoles.html
INSTRUMENTO DO ESO DESCOBRE O BURACO NEGRO MAIS PRÓXIMO DA TERRA.
O objeto invisível, chamado de HR 6819, tem duas estrelas companheiras visíveis a olho nu
Uma equipe de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) e de outros institutos descobriu um buraco negro situado a apenas 1000 anos-luz de distância da Terra. Este objeto se encontra mais próximo do nosso Sistema Solar do que qualquer outro encontrado até agora e faz parte de um sistema triplo que pode ser visto a olho nu. A equipe descobriu evidências do objeto invisível ao seguir as suas duas estrelas companheiras com o telescópio MPG/ESO de 2,2 metros situado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile. Os cientistas dizem que este sistema pode ser apenas a ponta do iceberg, já que muitos outros buracos negros semelhantes poderão ser descobertos.
Localização de HR 6819 na constelação do Telescópio.
Este mapa mostra a localização do sistema triplo HR 6819 na constelação do Telescópio, onde se encontra o buraco negro mais próximo da Terra descoberto até agora. O mapa mostra a maioria das estrelas visíveis a olho nu sob boas condições de observação, estando o sistema propriamente dito marcado com um círculo vermelho. Apesar do buraco negro ser invisível, as duas estrelas do HR 6819 podem ser vistas no Hemisfério Sul, numa noite escura e clara, sem binóculos ou telescópio.
Crédito: ESO, IAU and Sky & Telescope
Fonte e mais informações: https://www.eso.org/public/brazil/news/eso2007/
Hubble observa o movimento cósmico da “Sombra do morcego”.
Crédito: ESA/Hubble
Às vezes, os apelidos são mais reais do que você pode imaginar.
O telescópio espacial Hubble da NASA capturou a imagem impressionante, nunca antes vista, de um disco de formação planetária de uma estrela nascente projetando uma enorme sombra sobre uma nuvem mais distante em uma região de formação de estrelas, como se fosse uma mosca pairando diante do feixe de luz de uma lanterna projetada na parede.
A jovem estrela se chama HBC 672 e a sombra foi apelidada de “Sombra do Morcego” porque se assemelha às asas daquele mamífero. O apelido foi surpreendentemente apropriado: agora, a equipe relata que vê a Sombra do Morcego batendo as asas!
Este vídeo pode ser baixado gratuitamente no Estúdio de Visualização Científica do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA. (https://svs.gsfc.nasa.gov/13638)
“A sombra se move. Ela bate como as asas de um pássaro!” descreveu Klaus Pontoppidan, principal autor da pesquisa e astrônomo do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial (STScI) em Baltimore, Maryland. O fenômeno pode ser causado por um planeta que exerce atração sobre o disco e deformando-o. A equipe observou o bater de asas por 404 dias.
Mas, como a Sombra do Morcego foi criada?
“Você tem uma estrela rodeada por um disco, mas esse disco não é como os anéis de Saturno – não é plano. É volumoso. Isso significa que, se a luz da estrela for para cima, ela pode continuar subindo porque nada a bloqueia. Mas, se tentar passar pelo plano do disco, não consegue sair e projeta uma sombra”, explicou Pontoppidan.
Pontoppidan sugere que imaginemos uma lâmpada com uma tela de abajur que projeta uma sombra na parede. Nesse caso, a lâmpada é a estrela, o abajur é o disco e a nuvem é a parede. Com base no formato da sombra, o disco deve alongar-se, com um ângulo que aumenta com a distância, como calça boca de sino ou um trompete.
O disco, que é uma estrutura circular de gás, poeira e rocha, teria o formato aproximado de dois picos e duas depressões, o que explicaria o “vibração” da sombra. A equipe especula que existe um planeta embutido no disco, com uma órbita inclinada em relação ao plano do disco. Este planeta seria a causa da forma duplamente deformada do disco e do movimento resultante em sua sombra.
“Se houvesse uma única protuberância no disco, esperaríamos que ambos os lados da sombra se inclinassem em direções opostas, como as asas de um avião durante uma curva”, disse Colette Salyk, membro da equipe de pesquisa e afiliada do Vassar College em Poughkeepsie, Nova York.
Esta ilustração mostra uma estrela em ascensão rodeada por um disco deformado em forma de sela com dois picos e duas depressões. Um planeta embutido no disco, com sua órbita inclinada em direção ao plano do disco, pode estar causando a deformação. Conforme o disco gira em torno da jovem estrela, acredita-se que ele bloqueie a luz dessa estrela e projete uma sombra variável e vibrante em uma nuvem distante. Crédito: NASA, ESA e A. James e G. Bacon (STScI)
A sombra, se estende desda estrela através da nuvem circundante e é tão grande (cerca de 200 vezes o comprimento do nosso sistema solar) que a luz não viaja instantaneamente através dela. Na verdade, o tempo que a luz leva para viajar da estrela até a borda perceptível da sombra é de cerca de 40 a 45 dias. Pontoppidan e sua equipe calculam que o planeta, ao deformar o disco, orbitaria a estrela em pelo menos 180 dias. Eles estimam que este planeta estaria aproximadamente à mesma distância de sua estrela que a Terra está do sol.
Se não for um planeta, uma explicação alternativa para o comportamento da sombra seria um par estelar de menor massa orbitando a HBC 672 fora do plano do disco, fazendo com que a HBC 672 “oscile” em relação ao disco sombreado. Mas com base na espessura do disco, Pontoppidan e sua equipe, duvidam que seja esse o caso. Também não há evidências atuais de ser um par de estrelas.
O disco é muito pequeno e distante para ser visto, mesmo pelo Hubble. A estrela HBC 672 reside em um berçário estelar chamado constelação da Serpente (ou Serpens), a cerca de 1.400 anos-luz de distância. Tem apenas um ou dois milhões de anos, ou seja, é jovem em termos cósmicos.
Os Astrônomos que usaram o Hubble para suas observações capturaram, anteriormente, uma imagem única do disco invisível de formação de planetas de uma jovem estrela que projetava uma enorme sombra em uma nuvem mais distante em uma região de formação de estrelas. Esta estrela se chama de HBC 672 e a característica da sombra foi apelidado de “Sombra de morcego” porque se assemelha a um par de asas. O apelido acabou sendo inesperadamente apropriado, porque agora aquelas “asas” parecem estar batendo! Créditos: NASA, ESA e STScI
Foi uma descoberta fortuita. A primeira imagem da Sombra do Morcego foi tirada por outra equipe. Logo, a imagem foi destinada para uso no Universo de Aprendizagem da NASA, um programa que cria conteúdo que permite que os alunos explorem o universo por conta própria. O objetivo era ilustrar como as sombras podem fornecer informações sobre fenômenos invisíveis para nós. No entanto, a equipe original observou a Sombra do Morcego sob um único filtro de luz, que não forneceu dados suficientes para processar a imagem colorida apropriada para o Universo de Aprendizagem da NASA.
Para obter a imagem colorida, Pontoppidan e sua equipe observaram a sombra sob filtros adicionais. Quando as imagens, antigas e novas, foram combinadas, a sombra parecia se mover. A princípio, eles pensaram que era um problema de processamento de imagem, mas rapidamente concluíram que as imagens estavam alinhadas corretamente e o fenômeno era real.
O trabalho da equipe será publicado na próxima edição do Astrophysical Journal.
Os conteúdos do Universo de Aprendizagem da NASA são baseados no trabalho apoiado pela NASA sob o número de prêmio NNX16AC65A. Para obter mais informações sobre o Universo de Aprendizagem da NASA, visite: https://www.universe-of-learning.org/.
O Telescópio Espacial Hubble é um projeto de cooperação internacional entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA). O Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, gerencia o telescópio. O Space Telescope Science Institute (STScI) em Baltimore, Maryland, dirige as operações científicas do Hubble. O STScI é operado para a NASA pela Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia, em Washington, D.C.
Escrito por: Ann Jenkins / Ray Villard, Instituto de Ciências do Telescópio Espacial, Baltimore, Maryland.
FONTE: https://ciencia.nasa.gov/el-hubble-observa-el-aleteo-cosmico-de-la-sombra-de-un-murcielago – Publicado: 25 de junho de 2020.
Tradução: Max Bilck
MATERIAIS COMPLEMENTARES:
Para acessar imagens e vídeos, visite: https://hubblesite.org/contents/news-releases/2018/news-2018-40.html
Zoom à Sombra do Morcego e seu “movimento”
Este vídeo leva o espectador da região ao redor da Nebulosa da Serpente até a jovem estrela HBC 672. Esta estrela é conhecida pelo apelido de Sombra do Morcego por causa de sua característica de sombra em forma de asa. O telescópio espacial Hubble da NASA / ESA observou pela primeira vez um curioso movimento de “bater de asas” na sombra do disco da estrela. A estrela reside em um berçário estelar chamado Nebulosa da Serpente, a cerca de 1300 anos-luz de distância.
Este vídeo também inclui uma animação que pode explicar o movimento oscilante da sombra. Acredita-se que a estrela seja cercada por um disco em forma de sela deformado com dois picos e duas depressões. Um planeta embutido no disco, inclinado em relação ao plano do disco, pode estar causando essa deformação. À medida que o disco gira em torno da jovem estrela, ele bloqueia a luz dessa estrela e projeta uma sombra variável e “ondulante” em uma nuvem distante.
Creditos:
ESA/Hubble, Digitized Sky Survey, L. Calçada, Nick Risinger (skysurvey.org)
Música: Konstantino Polizois
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