O descobridor de Plutão

Paulo Araújo Duarte. Professor de Astronomia do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina.   – pduarte@mbox1.ufsc.br

Em 1915, os astrônomos norte-americanos Percival Lowell (1855-1916) e William Henry Pickering (1858-1938) determinaram, por meio de cálculos, a existência de um planeta situado além de Urano e Netuno. Mas somente quinze anos depois, a 13 de março de 1930, é que houve a confirmação da existência deste distante planeta, que seria Plutão. Esta descoberta foi feita por Clyde William Tombaugh, astrônomo norte-americano, comparando chapas fotográficas. Este trabalho veio celebrizá-lo como o descobridor de Plutão. Tombaugh nasceu em Streator, Illinois, EUA, a 4 de fevereiro de 1906. Ainda criança, mudou-se com sua família para uma fazenda no Kansas mas não tinha vocação para os trabalhos do campo. Queria olhar o céu. Então, passou a construir seus próprios equipamentos, começando por um telescópio refletor de 9 polegadas à base de sucatas, o qual lhe permitiu fazer imagens dos planetas Marte e Júpiter, que foram enviadas para o Observatório Lowell. O diretor deste Observatório, Vesto M. Slipher (1875-1969), gostando da qualidade dos desenhos de Tombaugh, convidou-o, em 1929, a trabalhar numa série de fotografias usando um telescópio refrator de 32,5 cm. Foram feitas várias chapas, sendo que aquelas compreendidas no período de 23 a 29 de janeiro de 1930 revelaram um tênue ponto, de magnitude 17, deslocando-se entre as estrelas da constelação de Gêmeos. Era o planeta Plutão. Esta descoberta foi anunciada no dia 13 de março deste mesmo ano. Como a massa deste planeta não era suficiente para explicar as perturbações sofridas por Netuno, Tombaugh continuou seu trabalho na busca de um possível décimo planeta. Isto acabou lhe permitindo vasculhar o céu por muitos anos e fazer várias descobertas de aglomerados estelares, estrelas variáveis, novas, nebulosas e alguns planetóides. Recebeu homenagens de diversas universidades americanas, dentre elas a distinção como Professor Emérito da Universidade do Estado do Novo México, em 1973. Clyde William Tombaugh, próximo dos 91 anos de idade, faleceu no dia 19 de janeiro de 1997 em sua casa de Las Cruces, Novo México.